segunda-feira, 29 de abril de 2013
Adrien, Um Dos Sobreviventes Do Genocídio na Ruanda
Adrien Niyonshuti escapou ao genocídio no Ruanda quando tinha sete anos. É profissional no ciclismo de estrada. Quando a competição dos jogos olimpicos tive início, Niyonshuti só teve um objetivo: não ser apanhado pelos mais fortes, porque isso significará o fim da linha para ele. É mais ou menos o que lhe aconteceu em Abril de 1994, em Ruanda. Adrien, então com sete anos, fugiu com os pais para escapar ao genocídio levado a cabo pela maioria étnica hutu. Conseguiram escapar, mas para trás ficaram seis irmãos, capturados e assassinados. Ao todo, 60 membros da sua família morreram. Para ele, a luta pela vida não acabou aí. Ainda teve de sobreviver à fome extrema, que durou até aos rebeldes tusti aparecerem para ajudar.O passado é um peso. No ciclismo encontrou uma forma de se abstrair dos problemas, de estar tranquilo. Mas nem isso evitou que a morte voltasse a aproximar-se dele. Em 2008, pedalava na estrada quando o colega de treino foi atropelado por um carro.
“Se passo em algum lado e vejo alguém ter um acidente ou alguns ciclistas a cair numa prova, fico um pouco afetado e lembro-me do que aconteceu ao meu amigo”, explica à agência Reuters. Mas continua. O interesse pelo ciclismo nasceu aos 14 anos, através do tio, que o levou a assistir a uma etapa da Volta ao Ruanda. “Um dia quero ser como eles”, foi a reação.
O entusiasmo inicial teria desaparecido caso não aparecesse nesta história o nome de Jonathan Boyer, o primeiro norte-americano a correr o Tour, em 1981. Boyer tinha viajado até ao Ruanda para dar uma ajuda na organização de uma prova. E foi ele que viu em Niyonshuti o potencial de um ciclista profissional.
Os olhos de Niyonshuti já têm outro horizonte em vista. “Quero concentrar-me em treinar e ficar mais forte, porque depois o objetivo será estar na primeira equipe africana a competir no Tour.” A MTN-Qhubeka está a tentar subir de categoria, o que lhe permitiria candidatar-se a uma inscrição no Tour de France. Enquanto esse momento não chega, este ruandês de 26 anos desfruta ao máximo da experiência dos Jogos. E só quer fugir aos mais fortes, para poder acabar a corrida. “Ter tanta gente a me apoiar me incentiva a não desiludi-los.”
Marcadores:Queziane Oliveira
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meu sonho ! ameeeeeeeeeeeeeeeeeei ;D
ResponderExcluirBom,o genocídio na Ruanda foi a disputa entre os hutus e os tutsis. Facções de hutus atacaram tutsis e hutus moderados.
ResponderExcluirEm Abril de 1994, a morte do presidente Juvenal Habyarimana, num atentado em avião, e o avanço da Frente Patriótica Ruandesa produziu uma série de massacres no país contra os tutsis, e causou um deslocamento maciço de pessoas para campos de refugiados situados na fronteira com os países vizinhos, em especial o Zaire (hoje República Democrática do Congo).
Calcula-se entre 500 mil a 1 milhão de mortos no conflito, mais de 500.000 pessoas foram assassinadas e quase cada uma das mulheres que sobreviveram ao genocídio foram violentadas. Muitos dos 5.000 meninos nascidos dessas violações foram assassinados.